As coberturas verdes ou ajardinadas já são utilizadas desde o início do séc. XX por Corbusier, no entanto, cada vez mais faz total sentido o seu uso. São coberturas constituídas por um sistema de engenharia ligeiro que permite a plantação e crescimento de plantas e flores sobre uma laje convencional. É um sistema integrado por seis camadas sobrepostas ao telhado do edifício, para assegurar um correcto isolamento, quer para a integridade dos materiais de construção, quer para a vida do reino botânico que acolhe.
Este tipo de coberturas são autênticos pulmões para as grandes cidades, que funcionam de forma eficaz na sustentabilidade ecológica do ambiente urbano. As vantagens são muitas: combate o efeito albedo ou efeito ilha de calor urbano, fenómeno responsável pelo incremento de temperatura dentro do perímetro de uma cidade devido ao aquecimento que produzem os gases de veículos e aparelhos de ar-condicionado, assim como pela energia solar absorvida pelas superfícies urbanas, depois irradiada à atmosfera como calor; melhora a qualidade do ar na cidade devido à capacidade das plantas e árvores para absorver as emissões de CO2; reduz a incidência de ventos; filtra o ar absorvendo partículas de pó até 85%; provoca uma redução das águas pluviais até 70%, e consequente redução da pressão nos esgotos da cidade e inundações; proporcionam espaços agradáveis à vista, com possibilidade de uso para lazer, a nível público (jardim ou parque urbano), ou para os vizinhos de um imóvel, ou para os trabalhadores de uma empresa; e aumenta os espaços de habitat para pássaros e borboletas. Ao nível da edificação, esta também ganha com o uso de cobertura ajardinada: uma maior longevidade do telhado (estimativa de 40 anos contra os 10/15 das coberturas planas tradicionais; aumenta a eficiência energética nos edifícios pelas suas propriedades isolantes, reduzindo assim os custos de aquecimento e refrigeração sem necessitar de isolamento térmico; e melhora a acústica do edifício. As desvantagens passam por um aumento do preço usual para uma cobertura convencional, quer pelo sistema integrado utilizado ou pela laje estrutural que, normalmente, terá de ser mais resistente para o suporte da cobertura verde. No entanto, este custo é compensado pela poupança energética. A utilização de coberturas ajardinadas, contribui decididamente para a sustentabilidade à escala do edifício e à escala urbana, aproximando o natural do artificial, oferecendo inúmeras vantagens e beneficiando tanto o utilizador do edifício como o meio ambiente.